Inadimplência atinge 30,5% em setembro, o maior nível da série histórica, aponta CNC

Inadimplência atinge 30,5% em setembro, o maior nível da série histórica, aponta CNC

A inadimplência bateu recordes em setembro de 2025. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias brasileiras que têm algum tipo de dívida atingiu 30,5% neste mês, o maior patamar da série histórica iniciada em 2010. 

Os dados mostram que aproximadamente 3 em cada 10 famílias têm contas em atraso, refletindo um cenário de fragilidade financeira persistente e um alerta para o endividamento das classes médias e populares.

O estudo ainda trouxe uma triste realidade: 13% das famílias já afirmam que não conseguiram pagar as suas dívidas em atraso, mantendo um cenário de inadimplência.

Qual o grau de endividamento das famílias brasileiras?

De acordo com o levantamento da CNC, 79,2% das famílias brasileiras relataram possuir algum tipo de dívida, o maior índice desde 2022. Este percentual elevado mantém o crescimento em relação a agosto, que marcou 78,8%.

Ou seja, o que chama a atenção é o crescimento contínuo da inadimplência, que vem registrando altas consecutivamente.

Em relação a setembro de 2024, o avanço foi de 2,2 pontos percentuais, enquanto a proporção de famílias que afirmam não ter condições de pagar as dívidas subiu para 13%, também recorde na série histórica. Neste sentido, quem sofre são os mais pobres: entre as famílias que recebem entre 0 e 3 salários mínimos, os dados de ausência de condições de pagamento de dívidas sobe para 18,4%, enquanto as dívidas em atraso saltam para 39,2%.

Segundo os dados da CNC, um outro índice chama a atenção: o percentual de pessoas que têm mais da metade dos rendimentos mensais comprometidos com dívidas voltou a subir, passando de 18,6% para 18,8%. Quando analisa-se o mesmo índice para famílias, 55,8% delas possuem entre 11% e 50% da renda comprometida. 

Os dados apontam que o percentual médio de comprometimento da renda com dívidas é de 29,3% em setembro.

Causas da inadimplência em famílias no Brasil: Cartão de Crédito preocupa

O relatório da CNC considera como dívidas todas as contas a vencer que estejam nas modalidades cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa.

Entre estes fatores, o cartão de crédito segue como um dos principais motores do endividamento das famílias, representando 84,5% do total de dívidas (dados de agosto). O uso do cartão tornou-se uma extensão da renda, basicamente, especialmente para o pagamento de despesas básicas, como alimentação, transporte e contas de serviços essenciais.

Trazendo dados do relatório do Serasa Experian, o cenário preocupa. O pagamento dos cartões está sendo menos pontual, com uma queda de pagamentos pontuais de 80,9% para 78,1%, considerando-se os primeiros trimestres de 2024 e 2025. Os dados do Serasa também apontam que cerca de 28% das negativações de pessoas físicas estão relacionadas a dívidas com bancos e administradoras de cartão de crédito, causando uma dívida de R$ 6.177 em média por inadimplente.

Um dos fatores para o cartão se tornar um risco é o crédito rotativo — acionado quando o consumidor não quita o valor total da fatura. Com juros que chegam a 100% da dívida, ele transforma pequenas dívidas em grandes passivos, criando um ciclo de inadimplência difícil de romper.

A CNC destaca que a ampliação do uso do cartão não reflete apenas o aumento do consumo, mas principalmente o encarecimento do custo de vida, levando muitas famílias a recorrerem ao crédito para cobrir despesas correntes.

O peso dos juros altos e da inflação

Outro fator que traz incertezas e dificuldade aos consumidores é a taxa básica de juros (Selic). Chegando a 15%, o crédito ao consumidor segue caro. 

O Banco Central manteve os juros em patamares elevados durante boa parte do ano para conter a inflação, o que reduziu o acesso ao crédito e aumentou o custo das dívidas.

Enquanto isso, o poder de compra das famílias segue pressionado pela alta dos alimentos e dos serviços essenciais. Segundo a CNC, o comprometimento médio da renda familiar com o pagamento de dívidas alcançou 30%, dificultando a quitação integral dos débitos mensais.

Famílias de baixa renda: as mais vulneráveis

A inadimplência atinge de forma desproporcional as famílias de menor renda, especialmente aquelas que recebem até dez salários mínimos. Nesse grupo, 35,8% têm contas em atraso, enquanto entre as famílias de renda mais alta o índice cai para 13,2%.

A diferença reforça a desigualdade na capacidade de pagamento e na exposição ao crédito caro. Para os mais pobres, a falta de poupança e a dependência do crédito rotativo tornam qualquer imprevisto financeiro — como desemprego ou doença — um gatilho para o endividamento.

Tentativas de alívio: renegociação e programas públicos

Iniciativas como o Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas do governo federal, têm ajudado parte dos consumidores a limpar o nome e recuperar o acesso ao crédito. No entanto, o impacto ainda é limitado diante do tamanho do problema.

Segundo a CNC, embora mais de 14 milhões de brasileiros tenham renegociado débitos desde o início do programa, a inadimplência segue crescendo, indicando que o endividamento estrutural das famílias exige medidas mais duradouras, como ampliação da educação financeira e redução do custo efetivo do crédito.

O desafio dos próximos meses

A expectativa é de que a inadimplência permaneça elevada até o fim do ano, especialmente devido ao aumento sazonal do consumo com a Black Friday e o Natal. Apesar disso, a CNC acredita que uma eventual redução adicional da Selic e uma melhora gradual na renda podem estabilizar o quadro em 2026.

Ainda assim, a mensagem principal do relatório é clara: sem uma mudança estrutural na relação do brasileiro com o crédito e sem políticas que garantam o poder de compra das famílias, o endividamento continuará sendo um obstáculo para o crescimento sustentável do país.

O papel da cobrança em cenários de inadimplência

Enquanto os consumidores passam por dificuldades financeiras e têm aumento em índices de inadimplência, o mesmo ocorre com empresas. Segundo o Serasa, 8 milhões de empresas estão negativadas neste momento no Brasil.

Para chegar a um lugar comum, onde as famílias consigam manter o seu equilíbrio no orçamento familiar e as empresas recebam os valores por seus serviços e produtos, a cobrança é um mediador fundamental. Por exemplo, ela evita o esquecimento sobre faturas, que pode gerar juros altos e perda da capacidade de pagamento.

Sistemas de cobrança automatizados, como a régua de cobrança da Neofin, auxiliam as empresas a manterem esse canal aberto com os clientes, de forma personalizada e com mensagens periódicas. Isso ajuda a recuperar valores e a manter um relacionamento aberto e produtivo.

Saiba mais sobre a Neofin agora mesmo e preencha o nosso formulário para ter acesso às nossas ferramentas de cobrança

Agende uma demonstração gratuita

A nossa inteligência preditiva abre caminhos para melhorar o seu dia a dia em conjunto com a conversão de contas a receber em caixa da sua empresa, oferecendo segmentações e modelos de mensagens em múltiplos canais de comunicação.

Falar Com Especialista Neofin

Agende uma demonstração gratuita

Nossa inteligência preditiva desbloqueia caminhos para melhorar o seu dia a dia em conjunto com a conversão de contas a receber em caixa da sua empresa, oferecendo as melhores segmentações, cadências, modelos de mensagens e canais de comunicação.

3x

mais tempo para você e seu time

50%

redução de processos manuais

Como reduzir a inadimplência escolar sem perder alunos?
Como reduzir a inadimplência escolar sem perder alunos?

Descubra como reduzir a inadimplência escolar sem perder alunos com empatia, automação e estratégias inteligentes de cobrança.

Como usar a IA para manter o pagamento em contratos de recorrência
Como usar a IA para manter o pagamento em contratos de recorrência

Descubra como usar a IA em cobrança recorrente para reduzir inadimplência, prever atrasos e manter pagamentos em dia com mais…

Como fazer a cobrança funcionar em condomínios e associações de bairro
Como fazer a cobrança funcionar em condomínios e associações de bairro

Torne a cobrança em condomínios e associações de bairro mais eficiente e respeitosa com tecnologia, automação e estratégias da Neofin.

O Que Fazer em Caso de Cobrança Judicial?
O Que Fazer em Caso de Cobrança Judicial?

Receber uma notificação de cobrança judicial pode causar medo e insegurança, seja em uma empresa ou na vida pessoal. Esse…

Como Aumentar Seu Caixa Com Protesto Digital
Como Aumentar Seu Caixa Com Protesto Digital

Veja como o protesto digital e a cobrança automatizada acelera recebimentos, otimiza seu caixa e fortalece sua gestão de recebíveis.

Como Aplicar os Conceitos de Marketing na Cobrança de Clientes
Como Aplicar os Conceitos de Marketing na Cobrança de Clientes

Como utilizar os conceitos de marketing para cobrar clientes e aumentar a recuperação de créditos da sua empresa.

Gestão de Cobranças: 5 Elementos Tecnológicos para Turbinar seu Financeiro
Gestão de Cobranças: 5 Elementos Tecnológicos para Turbinar seu Financeiro

Como Unir Finanças e Tecnologia para Reduzir Atrasos. Cinco Elementos para Potencializar sua Gestão de Cobranças e Fluxo de Caixa.

Garanta Seu Fluxo de Caixa: Chega de Fazer Milagres para Receber
Garanta Seu Fluxo de Caixa: Chega de Fazer Milagres para Receber

Cansou de fazer milagres no final do mês para receber? Aprenda a garantir seu fluxo de caixa com automação de…

WhatsApp