
Pela primeira vez no ano, o mercado financeiro projeta que a inflação anual do Brasil encerrará 2025 dentro do teto tolerado pelo regime de metas do Banco Central do Brasil (BC). Segundo o mais recente boletim Boletim Focus, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 4,55% para 4,46%.
Essa mediana finalmente fica abaixo do limite superior de 4,50% determinado pela meta vigente, o que é considerado uma sinalização de menor pressão inflacionária.
A meta central de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3%, com banda de tolerância entre 1,5% e 4,5%.
O novo número de 4,46% implica que, se confirmado, 2025 encerrará com inflação sob esse teto pela primeira vez no ano — e isso pode ter implicações para a política monetária e para o plano de investimento de famílias e empresas.
O que mudou na previsão de inflação
Até recentemente, o mercado projetava que os preços subiriam mais de 4,5% em 2025, o que colocaria o resultado fora da banda de tolerância da meta.
A leve queda na estimativa reflete sinais de moderação observados recentemente, como o IPCA de outubro, que registrou avanço de apenas 0,09% — o menor para esse mês em 27 anos.
Outros parâmetros da economia brasileira também foram mantidos pelo boletim:
- A projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 segue em 2,16%.
- A taxa básica de juros (Selic) permanece estimada em 15% ao ano para o fim de 2025.
- A cotação do dólar foi revista de R$ 5,41 para R$ 5,40 no encerramento do ano.
Principais sinais de evolução
- Em outubro, o IPCA – índice oficial de inflação – registrou alta de apenas 0,09% no mês, “bem abaixo” das projeções de mercado, segundo reportagem da Forbes Brasil.
- No acumulado dos últimos 12 meses até esse mês, a inflação ficou em 4,68%.
- Um dos fatores que mais contribuiu para essa desaceleração foi a queda de preços da energia elétrica residencial (-2,39% no mês) e a redução nos alimentos no domicílio (como arroz e leite longa vida) em outubro.
- De acordo com o relatório da Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre inflação por faixa de renda, famílias de renda muito baixa observaram inflação quase nula em certo mês (-0,03%).
- Em relação a preços administrados (energia, combustíveis, tarifas públicas), as expectativas foram ligeiramente ajustadas para cima: de 4,95% para 4,97% para 2025.
Por que isso importa para o mercado?
Há algumas razões pelas quais esse ajuste de expectativa é relevante:
- Credibilidade da política monetária: Ao operar sob um regime de metas, o Banco Central precisa que as expectativas de inflação permaneçam sob controle. A projeção abaixo do teto ajuda a reduzir o risco de aceleração de preços por “contágio de expectativas”.
- Custo de crédito e investimento: Se a inflação ceder, há espaço para acomodação gradual dos juros e melhora na previsibilidade para empresas e consumidores.
- Planejamento doméstico e empresarial: Famílias e empresas podem ajustar decisões de consumo, poupança e investimento com base em menor risco de explosão inflacionária.
Olhando à frente: meta de inflação
Embora o dado seja animador, há ressalvas. Mesmo com a previsão de 4,46%, o resultado está ainda relativamente próximo ao telhado da banda (4,5%). Qualquer pressão inesperada — como choque de preços de energia, câmbio volátil ou perdão fiscal — poderia reverter esse cenário.
Além disso, para 2026 e além, o relatório indica que as expectativas permanecem em torno de 4,20% para 2026, 3,80% para 2027 e 3,50% para 2028.
Isso mostra que, embora o curto prazo traga uma melhora, o Brasil ainda está numa trajetória de acomodação gradual da inflação até a meta central de 3%.
2026 está perto, mas é preciso estar de olho em 2025 ainda
A nova projeção do Boletim Focus de 4,46% para a inflação de 2025 marca, simbolicamente, uma mudança de patamar: pela primeira vez no ano o mercado vê o IPCA dentro da banda de tolerância da meta. Isso não significa, porém, que o problema da inflação está “resolvido” — apenas que o ambiente está um pouco menos pressionado. Resta acompanhar os próximos meses para ver se esse cenário se confirma ou se há novos choques que alterem as expectativas.
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