Banco Central do Brasil estabelece regras para criptoativos e cria marco regulatório em 2025

Banco Central do Brasil estabelece regras para criptoativos e cria marco regulatório em 2025

Em 10 de novembro de 2025, o Banco Central do Brasil (BC) apresentou um conjunto de normas que regulam a prestação de serviços com criptoativos (como as criptomoedas) no país.

A medida representa um marco na regulação do mercado de ativos virtuais, buscando proteger os clientes, dar segurança jurídica ao setor e reduzir riscos de lavagem de dinheiro e fraude. As normas entram em vigor a partir de fevereiro de 2026.

Neste artigo, exploramos os principais pontos da nova normativa, seus impactos para empresas e usuários, e os desafios à frente.

Principais pontos da nova regulação do BC sobre Criptoativos

Criação das Sociedades Prestadoras de Serviços de Ativos Virtuais (SPSAVs)

O BC estabeleceu a figura das “Sociedades Prestadoras de Serviços de Ativos Virtuais” (SPSAVs) — também chamadas de PSAVs. Essas instituições serão responsáveis por oferecer serviços relacionados a ativos virtuais no Brasil, como exchanges, custodiantes e intermediários.

As SPSAVs deverão ser autorizadas e supervisionadas pelo Banco Central, passando a integrar oficialmente o sistema financeiro regulado. Empresas já atuantes terão de solicitar autorização formal e adequar-se às exigências de operação.

Exigências de governança e segurança para prestadoras

As empresas que operam com criptoativos precisarão seguir regras rígidas de governança, compliance e transparência. Entre as principais obrigações estão:

  • Implementar controles internos robustos e políticas de segurança da informação;
  • Realizar avaliação de perfil de risco dos clientes antes de autorizar operações complexas;
  • Adotar práticas de prevenção à lavagem de dinheiro (PLD/FT) e prevenção ao financiamento do terrorismo e relatórios de auditoria contínuos.

Operações com cripto poderão ser tratadas como câmbio ou capitais internacionais

Determinadas transações com criptoativos — como pagamentos internacionais, remessas para o exterior ou transferências para carteiras autocustodiadas — passarão a ser enquadradas como operações de câmbio ou capitais internacionais.

Isso significa que, em alguns casos, o usuário poderá precisar cumprir as mesmas obrigações regulatórias de uma operação cambial tradicional, como registro e declaração ao BC.

Operações que passam a ser tratadas como câmbio:

  • Compra, venda ou troca de criptoativos em moeda;
  • Transferências de ativos virtuais relacionadas a pagamentos eletrônicos;
  • Pagamentos ou Transferências Internacionais que usam os ativos virtuais (criptomoedas);
  • Transferências de ativos virtuais para ou a partir de carteira própria;

Objetivo: reduzir fraudes e lavagem de dinheiro

Segundo o Banco Central, a principal meta é “reduzir os espaços para golpes, fraudes e lavagem de dinheiro” no ecossistema de criptoativos.

A regulação busca trazer o setor para dentro da estrutura institucional, aumentando a transparência e a rastreabilidade das transações.

Quando entra em vigor

As normas entrarão em vigor em 2 de fevereiro de 2026, dando ao mercado um período de adaptação de cerca de três meses.

Impactos para o mercado e para os usuários

Para os usuários de criptoativos

A nova regulação oferece maior previsibilidade e segurança.
Os principais benefícios incluem:

  • Saber que as empresas precisam de autorização do Banco Central;
  • Ter regras claras de transparência e atendimento;
  • Reduzir o risco de golpes, perdas e fraudes.

Com isso, o usuário passa a contar com um ambiente mais protegido e supervisionado, semelhante ao das instituições financeiras tradicionais.

Para as empresas de cripto

O cenário se torna mais estruturado e competitivo, mas também mais exigente.
As empresas terão que:

  • Solicitar autorização formal como SPSAV;
  • Cumprir requisitos de governança, controles internos e capital mínimo;
  • Adaptar seus processos à supervisão contínua do Banco Central.

Embora o custo de conformidade possa aumentar, a regulação tende a profissionalizar o setor e atrair investidores institucionais que antes evitavam o ambiente pela falta de regras.

No contexto global

O Brasil passa a alinhar-se a práticas internacionais de supervisão de criptoativos, aproximando-se de modelos adotados na União Europeia (MiCA) e nos Estados Unidos. Esse alinhamento fortalece a posição do país como um mercado maduro e seguro para inovação financeira.

Por que a regulamentação do Bacen aconteceu?

O Banco Central já vinha estudando o tema desde a Lei nº 14.478/2022, conhecida como Marco Legal dos Ativos Virtuais. Entre 2023 e 2025, realizou consultas públicas (CP 109, 110 e 111) com o setor, ouvindo especialistas e empresas.

O aumento da adoção de criptoativos no Brasil, aliado a casos de fraude e evasão de recursos, acelerou a decisão de formalizar um arcabouço regulatório robusto.

Leia as regulamentações 519, 520 e 521.

Maior Segurança e Controle sobre Operações Financeiras

A nova regulação de criptoativos do Banco Central do Brasil marca um avanço decisivo na consolidação do mercado digital no país. Com regras claras e supervisão institucional, o BC promove maior segurança jurídica, proteção ao usuário e integridade do sistema financeiro.

Entretanto, o desafio será equilibrar rigidez regulatória e incentivo à inovação — especialmente para startups e novas fintechs. Para empresas do setor, o momento é de adaptação e preparação: revisar políticas internas, solicitar autorização e alinhar-se ao novo marco.

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Perguntas Frequentes (FAQ)

1. Quando as novas regras de criptoativos entram em vigor?

A partir de 2 de fevereiro de 2026.

2. O que são as SPSAVs (ou PSAVs)?

São as Sociedades Prestadoras de Serviços de Ativos Virtuais, empresas autorizadas pelo Banco Central a operar com criptoativos no Brasil.

3. As exchanges precisarão de autorização do Banco Central?

Sim. Todas as plataformas que oferecem compra, venda ou custódia de cripto precisarão ser autorizadas e supervisionadas pelo BC.

4. As novas regras afetam quem usa carteiras pessoais (autocustódia)?

Podem afetar, dependendo do tipo de operação — especialmente se envolver envios internacionais ou operações equiparadas a câmbio.

5. Por que o Banco Central decidiu regular agora?

O aumento da adoção de criptoativos e os riscos associados (lavagem de dinheiro e golpes) exigiram maior controle e transparência.

6. Essa regulação é parecida com a da União Europeia?

Sim. O modelo brasileiro se inspira em práticas internacionais, aproximando-se do regulamento MiCA europeu.

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