Nova Regra do Pix 2025: Como Impacta Sua Empresa

Nova Regra do Pix 2025: Como Impacta Sua Empresa

A partir de 1º de janeiro de 2025, a Receita Federal do Brasil implementou medidas para intensificar a fiscalização de movimentações financeiras por meio da coleta de dados de operadoras de cartões de crédito e transações efetuadas via Pix.

As mudanças, detalhadas na Instrução Normativa 2.219 de 2024, visam aprimorar a fiscalização e controle financeiro, promovendo transparência e combatendo a evasão fiscal. 

Vamos explorar os principais pontos dessas novas diretrizes e entender seu impacto na vida das pessoas e empresas.

 

banner 100kb

1- Novas Regras de Monitoramento do PIX e Cartões de Crédito

Desde sua introdução em 2016, a E-Financeira já monitorava diversas operações financeiras. A novidade de 2025 é a inclusão de dados de cartões de crédito e PIX nas informações enviadas pelas instituições financeiras à Receita Federal. Esse avanço tem como objetivo alinhar-se ao padrão internacional de declaração, contribuindo para uma maior transparência nas operações.

Como Funciona?

  • Para pessoas físicas, o limite mensal foi elevado de R$2.000 para R$5.000.
  • Para pessoas jurídicas, o limite passou de R$6.000 para R$15.000. 

Esses valores são somatórios, ou seja, englobam todas as operações financeiras mensais dentro de uma mesma instituição.

Essa medida visa aumentar a fiscalização e reduzir a sonegação fiscal, mas também traz consigo uma série de implicações para cidadãos e empresas.

O que é a E-Financeira?

A E-Financeira é um sistema implementado pela Receita Federal do Brasil para coletar, armazenar e monitorar informações financeiras de indivíduos e empresas. Criada em 2016, sua função principal é consolidar dados sobre movimentações financeiras, como saldos em contas correntes, aplicações financeiras, operações de crédito, cartões de crédito e, mais recentemente, transações via PIX.

Esse sistema foi desenvolvido para aprimorar a fiscalização tributária e garantir maior transparência nas operações financeiras, contribuindo para o combate à sonegação fiscal. 

As informações enviadas pelas instituições financeiras são utilizadas para cruzamento de dados, ajudando a Receita a identificar discrepâncias entre os rendimentos declarados e os efetivamente movimentados.

A partir de 2025, as instituições financeiras são obrigadas a reportar mensalmente à Receita Federal os dados de movimentações financeiras dos usuários. Isso inclui:

  • Relatórios Semestrais: As instituições financeiras deverão enviar relatórios semestrais com as movimentações detalhadas, sendo os períodos de janeiro a junho e de julho a dezembro.
  • Transferências Internas: Movimentações entre contas do mesmo titular também estão sujeitas ao monitoramento e devem ser declaradas, caso ultrapassem os limites estabelecidos.

Quais Dados Serão Monitorados?

Saldos de Contas Bancárias:

    • As instituições financeiras devem reportar o saldo de contas correntes, poupanças e carteiras digitais no último dia do ano. É mandatório a descrição detalhada das movimentações mensais, como pagamentos, transferências, emissão de cheques e rendimentos recebidos.

Transferências Entre Contas Próprias:

    1. O monitoramento abrangerá transferências realizadas entre contas de titularidade do mesmo indivíduo, registrando todas as transações feitas internamente.

Moeda Estrangeira e Transferências Internacionais:

    • Inclui valores despendidos na compra de moeda estrangeira, detalhando as operações de conversão para o real, além de transferências realizadas para fora do país.

Aplicações Financeiras e Rendimentos:

    • O saldo de investimentos e os detalhes dos débitos e créditos devem ser reportados, compreendendo compras, vendas, e resgates. Os rendimentos brutos de aplicações financeiras requerem divulgação mensal.

Previdência Privada e Seguros:

    • Informações sobre o saldo e as transações mensais dos planos de previdência privada e seguros de vida, incluindo o Fundo de Aposentadoria Programada Individual (Fapi), precisarão ser detalhadas.

Benefícios e Seguros Recebidos:

    • Os pagamentos de benefícios ou seguros, tanto em formas únicas quanto contínuas, devem ser acumulados e informados anualmente.

Consórcios:

    • Dados relativos a pagamentos, lances contemplados, e créditos mensais das cotas de consórcio também precisam ser declarados.

banner 100kb

Impactos para Empresas e Autônomos

Com as novas regras, todos os recebimentos via maquininhas de cartão e PIX estão sujeitos a monitoramento, mesmo que diluídos em diferentes dispositivos. 

Ao final de cada semestre, os valores totais serão reportados, permitindo à Receita cruzar dados e verificar a consistência das informações declaradas.

Como isso pode impactar o empreendedor na prática?

Imagine um pequeno comerciante que decide vender cachorro-quente para se sustentar. 

Ele vende cada cachorro-quente por R$20, com uma média de 20 vendas por dia, o que resulta em R$400 por dia. Este empreendedor trabalha 22 dias por mês, logo, sua renda bruta é de R$8.800.

Descontando as despesas que ele tem para montar o cachorro-quente, sua margem de lucro líquido fica em torno de 30%, ou seja, R$2.640,00 mensais. 

Embora este valor esteja abaixo do limite de isenção do Imposto de Renda, o total de vendas recebidas via PIX ultrapassa os R$5.000 mensais.

Em tese, este comerciante não deveria pagar imposto, pois seu ganho está abaixo do teto isento. Porém, esse comerciante pode ser chamado para justificar suas movimentações financeiras, mesmo que seu lucro real seja muito menor. 

Sem uma estrutura formal para comprovar despesas e rendimentos, ele pode enfrentar dificuldades, possivelmente recebendo uma multa ou sendo obrigado a pagar impostos sobre um montante que não representa seu verdadeiro lucro.

Uso de um único cartão entre familiares

Outro exemplo importante é o de uma família onde apenas uma pessoa tem o nome limpo e pode utilizar um cartão de crédito. 

Os outros membros, que estão com o nome sujo, fazem suas compras utilizando este cartão. 

No final do mês, todos transferem suas partes via PIX para a conta do titular do cartão para que ele possa pagar a fatura.

Se o valor total dessas transferências ultrapassar R$5.000 em um único mês, a Receita Federal pode interpretar essa movimentação como um rendimento não declarado, mesmo que o dinheiro não pertença de fato ao titular. 

A pessoa pode ser chamada para justificar a origem do dinheiro e, se não conseguir provar adequadamente, pode ser obrigada a pagar impostos sobre esses valores.

Como Fica a Privacidade das Pessoas com a Nova Regulamentação?

privacidade-dados

Com a nova regulamentação da Receita Federal que envolve o monitoramento de transações financeiras, muitos cidadãos expressaram preocupação sobre possíveis impactos na privacidade de seus dados pessoais. 

Esta preocupação tem sido alimentada, em parte, por informações incorretas disseminadas em redes sociais e grupos de WhatsApp. 

No entanto, medidas claras foram descritas por Robinson Barreirinhas, secretário especial da Receita Federal, assegurando que a privacidade dos contribuintes permanecerá protegida.

Proteção do Sigilo Bancário

O principal ponto destacado pelo secretário é que a Receita Federal não possui interesse em detalhes específicos sobre transações individuais, como quem realizou ou recebeu transferências. 

O foco, ao contrário, está em monitorar apenas os valores globais de movimentações financeiras mensais que excedam R$5.000. 

Por exemplo, se uma conta registrar R$7.000 em entradas e R$6.000 em saídas no mesmo mês, a Receita irá receber apenas esses números totais, sem identificação dos remetentes ou destinatários.

Finalidade e Segurança

Os dados coletados serão utilizados exclusivamente para a gestão de riscos e identificação de inconsistências fiscais. Em vez de investigar todas as movimentações, a Receita Federal pretende concentrar seus esforços em uma minoria de contribuintes que possam apresentar discrepâncias. 

Assim, Barreirinhas assegura que o sigilo bancário será completamente protegido e enfatiza que a privacidade dos indivíduos é priorizada.

O secretário, portanto, tranquiliza os cidadãos, afirmando que a coleta de dados não busca investigar transações individuais, mas sim manter uma fiscalização mais efetiva sem comprometer a confidencialidade das informações pessoais. 

Logo, sigilo bancário permanece preservado. A Receita Federal não tem acesso às transações específicas, mas apenas aos valores totais de débitos e créditos. Assim, não há risco de exposição pública de detalhes como gastos em estabelecimentos específicos.

2- O Pix vai ser taxado em 2025?

Não haverá criação de tributos sobre transações realizadas via Pix. 

Tampouco aumento nas alíquotas fiscais. 

O que muda é o nível de detalhamento das informações enviadas à Receita, exigindo maior atenção das empresas e indivíduos quanto à conformidade de suas declarações.

3- Pix Automático obrigatório a partir de 13/10/2025

A partir do dia 13 de outubro de 2025, o Pix Automático passa a ser obrigatório para algumas operações de débito interbancário realizadas por instituições bancárias e empresas, segundo a Resolução do BCB.

Essa modalidade substitui o antigo débito automático tradicional, permitindo pagamentos recorrentes de forma mais prática e segura — diretamente via Pix. Segundo a Agência Brasil, o Pix automático só é válido para pessoas físicas como pagadoras e empresas ou prestadores de serviços como cobradores

O que muda na prática

  • O pagador deve autorizar previamente as transações no aplicativo do banco, definindo:

    • valor máximo por débito

    • periodicidade

    • se o débito pode ou não usar cheque especial

  • Contratos de débito em vigor terão prazo até 1º de janeiro de 2026 para se adequar.

  • O objetivo é garantir transparência e controle por parte do cliente, evitando débitos indevidos.

  • Para pessoas físicas, o Pix Automático continua gratuito; empresas podem ter tarifas, a depender da instituição.

4- Botão de contestação do Pix: como funciona

O botão de contestação do Pix é uma das principais novidades das novas regras. Ele permite que usuários denunciem transações suspeitas diretamente no aplicativo do banco.

Como o recurso opera

  • Disponível em casos de fraude, golpe ou coerção.

  • O banco recebe a contestação e pode bloquear o valor de forma preventiva.

  • As instituições têm até 7 dias para investigar.

  • Se confirmada a fraude, o reembolso deve ocorrer em até 11 dias após a análise.

  • O processo é 100% digital, sem necessidade de atendimento presencial.

Restrições do Botão de Contestação do PIX

O botão não deve ser usado para arrependimentos de compra, erros de digitação ou disputas comerciais — nesses casos, o contato deve ser feito com o recebedor.

o que fazer se transferir Pix para conta errada

O que fazer se transferir Pix para conta errada

Um dos erros mais comuns no uso do Pix é enviar o valor para a conta ou chave errada.
Apesar de parecer um problema sem solução, existem medidas práticas e legais que podem ajudar a recuperar o dinheiro — especialmente com as novas regras de contestação e bloqueio implementadas pelo Banco Central.

1. Confirme imediatamente a transação

Antes de tudo, verifique os dados do destinatário no comprovante: nome, CPF/CNPJ e banco.
Muitas vezes, o erro pode ser apenas de chave parecida, mas com destinatário conhecido — o que facilita a devolução amigável.

2. Entre em contato com o seu banco imediatamente

A primeira ação deve ser avisar o seu banco o mais rápido possível.
Com as novas regras, o banco pode acionar o Mecanismo Especial de Devolução (MED) — um sistema que bloqueia o valor na conta do recebedor enquanto o caso é analisado

4. Tente contato direto com o recebedor

Se o valor caiu em uma conta de pessoa física e você possui os dados do titular, vale a tentativa de contato direto e amigável.
Muitos usuários devolvem valores por engano sem necessidade de medidas judiciais.

5. Registre um boletim de ocorrência e informe ao Banco Central

Caso o valor não seja devolvido e o recebedor se recuse a colaborar, registre um boletim de ocorrência.
Esse registro permite que o Banco Central e o seu banco acompanhem oficialmente o caso.

Como se preparar para as mudanças nas regras do PIX?

Empresas que utilizam PIX ou cartões de crédito como método de pagamento precisam estar atentas a essas mudanças, especialmente em relação à gestão de recebíveis. 

A introdução dessas novas regras reforça a necessidade de utilizar um sistema de cobrança automatizado, que facilite a adequação às exigências fiscais e evite inconsistências nas declarações.

O sistema avançado de cobrança automatizado da Neofin, pode ser determinante nesse processo. Com a capacidade de consolidar informações financeiras com precisão e gerar relatórios detalhados, ele não apenas ajuda a manter as finanças em ordem, mas também simplifica o cumprimento das obrigações fiscais.

Com a Neofin, sua empresa pode:

  • Reduzir Inconsistências: Evite problemas fiscais ao garantir que todas as suas movimentações de recebimentos sejam registradas corretamente e no prazo.
  • Aumentar Transparência: Acompanhe cada transação financeira, assegurando relatórios estratégicos que facilitam o monitoramento e a correção de divergências.
  • Garantir a Entrada de Caixa: Com CRM integrado, você tem toda a visão unificada das operações de recebimento e cobrança, podendo prever e evitar atrasos.
  • Automatizar sua Cobrança: Deixe suas cobranças no piloto automático com nossa régua de cobrança inteligente

As novas regulamentações do PIX podem intensificar a necessidade de precisão financeira. Com as soluções da Neofin, sua empresa está preparada para enfrentar esses desafios e garantir uma operação fiscalmente responsável e livre de multas inesperadas.

Descubra como a Neofin pode transformar a forma como você recebe de seus clientes. E o melhor: sem pagar mais impostos!

banner 100kb

Perguntas frequentes sobre as novas regras do Pix (FAQ)

1. O que é o Pix Automático e por que ele será obrigatório?

É uma modalidade que automatiza pagamentos recorrentes via Pix. A obrigatoriedade começa em 13 de outubro de 2025, substituindo o antigo débito automático em alguns casos.

2. O botão de contestação serve para qualquer erro?

Não. Ele é exclusivo para fraudes, golpes e transferências forçadas. Erros de digitação ou arrependimentos não se enquadram.

3. Quanto tempo o banco tem para devolver o dinheiro em caso de golpe?

Até 11 dias úteis após o reconhecimento da fraude, segundo o Banco Central.

4. Como funciona o bloqueio de chaves Pix suspeitas?

O BC determina o bloqueio automático de chaves e contas envolvidas em atividades fraudulentas. As instituições podem manter valores retidos por até 72 horas para investigação.

5. Essas novas regras afetam empresas e autônomos?

Sim. Além do Pix Automático, há monitoramento fiscal ampliado para empresas com movimentações acima de R$ 15 mil mensais via Pix.

Agende uma demonstração gratuita

A nossa inteligência preditiva abre caminhos para melhorar o seu dia a dia em conjunto com a conversão de contas a receber em caixa da sua empresa, oferecendo segmentações e modelos de mensagens em múltiplos canais de comunicação.

Falar Com Especialista Neofin

Agende uma demonstração gratuita

Nossa inteligência preditiva desbloqueia caminhos para melhorar o seu dia a dia em conjunto com a conversão de contas a receber em caixa da sua empresa, oferecendo as melhores segmentações, cadências, modelos de mensagens e canais de comunicação.

3x

mais tempo para você e seu time

50%

redução de processos manuais

Sócio-Torcedor: A Cobrança nos Programas Esportivos e a Sustentabilidade Financeira dos Clubes
Sócio-Torcedor: A Cobrança nos Programas Esportivos e a Sustentabilidade Financeira dos Clubes

O modelo Sócio-Torcedor se consolidou como uma das principais fontes de receita para clubes esportivos no Brasil. Além de gerar…

Montando uma campanha Black Friday de recuperação de crédito
Montando uma campanha Black Friday de recuperação de crédito

Aprenda como montar uma campanha de recuperação de crédito na Black Friday e transforme dívidas em caixa com estratégias inteligentes.

Como analisar o Demonstrativo de Fluxo de Caixa?
Como analisar o Demonstrativo de Fluxo de Caixa?

O Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC) é uma das ferramentas financeiras mais importantes para qualquer empresa que busca controle,…

Custo de Serviços Prestados: Como Calcular e Reduzir Gastos sem Perder Qualidade
Custo de Serviços Prestados: Como Calcular e Reduzir Gastos sem Perder Qualidade

Custo de Serviços Prestados (CSP) é um dos indicadores mais importantes para empresas que atuam no setor de serviços. Imagine…

Como Aumentar Seu Caixa Com Protesto Digital
Como Aumentar Seu Caixa Com Protesto Digital

Veja como o protesto digital e a cobrança automatizada acelera recebimentos, otimiza seu caixa e fortalece sua gestão de recebíveis.

Como Aplicar os Conceitos de Marketing na Cobrança de Clientes
Como Aplicar os Conceitos de Marketing na Cobrança de Clientes

Como utilizar os conceitos de marketing para cobrar clientes e aumentar a recuperação de créditos da sua empresa.

Gestão de Cobranças: 5 Elementos Tecnológicos para Turbinar seu Financeiro
Gestão de Cobranças: 5 Elementos Tecnológicos para Turbinar seu Financeiro

Como Unir Finanças e Tecnologia para Reduzir Atrasos. Cinco Elementos para Potencializar sua Gestão de Cobranças e Fluxo de Caixa.

Garanta Seu Fluxo de Caixa: Chega de Fazer Milagres para Receber
Garanta Seu Fluxo de Caixa: Chega de Fazer Milagres para Receber

Cansou de fazer milagres no final do mês para receber? Aprenda a garantir seu fluxo de caixa com automação de…

WhatsApp